segunda-feira, 9 de maio de 2011

Quimioterapia "aquecida" aumenta sobrevida de crianças com cancro raro


Os doentes pediátricos com um tipo raro de cancro no abdómen podem beneficiar de um procedimento cirúrgico de adultos, denominado por quimioterapia intraperitoneal hipertérmica (HIPEC), ou quimioterapia "aquecida", avança o Oncology Nurse Advisor, citado pela Fundação Rui Osório de Castro, no seu site.
A pesquisa do Centro de Oncologia Pediátrica da Universidade do Texas envolveu 24 doentes pediátricos que apresentavam tumor de células pequenas redondas desmoplásico (DSRCT), um tipo de tumor raro e agressivo que afecta crianças em idade pediátrica.
Um procedimento cirúrgico designado por quimioterapia intraperitoneal hipertérmica (HIPEC), ou quimioterapia "aquecida", foi administrado em doentes com idades que variavam entre os 5 e os 25 anos.
O estudo, publicado no Journal of Pediatric Surgery, explica que, numa primeira fase, são removidos os tumores da cavidade abdominal e depois administrada a quimioterapia, aquecida entre 40° e 41° C, que actua em toda a zona, enquanto o doente fica envolvido num cobertor de refrigeração para manter a temperatura do corpo num nível seguro.
A pesquisa concluiu que doentes mais jovens beneficiaram do tratamento com HIPEC em comparação com os jovens com idade superior a 18 anos. Especificamente, as crianças que receberam HIPEC apresentaram uma taxa de sobrevivência global de 3 anos de 71%, valor que comparava com 26% dos doentes que receberam apenas o tratamento padrão.
A investigação demonstra que “a técnica cirúrgica é segura e benéfica para doentes que têm tumores múltiplos no abdómen," explica a investigadora principal. Até aqui, os doentes que sofriam com este tipo de tumor eram casos, à partida, sem grande esperança, no entanto, segundo os cientistas, com esta técnica é agora possível “dar meses e anos de vida aos doentes jovens".

Sociedade Portuguesa de Pediatria promove debate sobre Oncologia Pediátrica


A Sociedade Portuguesa de Pediatria promove no próximo dia 14 de Maio a Reunião Anual da Sociedade de Hematologia e Oncologia Pediátrica, no Instituto Português de Oncologia de Lisboa, avança a Fundação Rui Osório de Castro, no seu site.

O encontro integra dois programas distintos vocacionados para as equipas de profissionais de Medicina e Enfermagem, num olhar sobre os avanços nestas duas áreas e sobre a forma como se complementam no tratamento da criança com cancro.
“Desafios da Extensão da Idade Pediátrica” e o debate sobre o tratamento dos adolescentes em “Serviços de Adultos” e “Serviço de Oncologia Pediátrica”, bem como os “Aspectos Psicológicos” inerentes à doença na idade pediátrica serão alguns dos temas em discussão no programa Médico.
No que diz respeitos aos cuidados de Enfermagem na criança com cancro, os especialistas vão abordar e debater a “Massagem no alívio da dor na criança com patologia oncológica”, a “Vivência da espiritualidade da criança com doença Oncológica” e o “Reiki - uma Nova Abordagem na Qualidade de Vida”.
No evento estarão presentes diversos especialistas nesta área dos Institutos de Oncologia de Lisboa, Porto e Coimbra.

segunda-feira, 21 de março de 2011

Empresa nos EUA disfarça sabores de fármacos para doentes oncológicos pediátricos


Por reconhecer as necessidades das crianças que sofrem com cancro, a empresa norte-americana FLAVORx tem orientado o seu estudo no sentido de contribuir para melhorar a qualidade de vida durante o tratamento destes doentes, proporcionando à rotina de toma de medicamentos um "gosto" agradável, disfarçando o gosto de determinados fármacos, avança o site Saleonl.com, citado pela Fundação Rui Osório de Castro.
A FLAVORx dispõe actualmente de um leque de 42 sabores cientificamente desenvolvidos e de segurança comprovada para diversos medicamentos, proporcionando às crianças um gosto agradável a baunilha, pastilha elástica, uva, framboesa, laranja, creme de morango, melancia, banana, pêssego, cereja, entre outros dos seus sabores preferidos.
Testes com crianças mostram que é possível mascarar o sabor desagradável de alguns fármacos, melhorando assim a qualidade do tratamento e aliviando a tensão desnecessária do trauma.
A FLAVORx assegura que os compostos utilizados são não-alérgicos, sem açúcar, álcool, glúten e caseína, não afectam a eficácia da medicação e também respeitam quaisquer restrições alimentares específicas (para reduzir o risco de infecção a partir de alimentos) que muitos doentes oncológicos deve seguir.

2011-03-18 | 13:10

Técnica cirúrgica ajuda homens sobreviventes de cancro pediátrico a recuperar fertilidade


A técnica cirúrgica designada por microdissecção extracção testicular do esperma (TESE) pode localizar e extrair espermatozóides viáveis em mais de um terço de adultos sobreviventes de cancro pediátrico considerados estéreis, devido ao tratamento de quimioterapia a que tinham sido submetidos, avança o Scienceblog, citado pela Fundação Rui Osório de Castro.
A descoberta oferece uma nova opção para muitos sobreviventes de cancro que querem ter filhos, mas que tinham sido identificados como inférteis devido aos tratamentos oncológicos em idade pediátrica. Muitos dos homens foram posteriormente capazes de gerar filhos por fertilização in vitro.
Peter Schlegel, urologista chefe do Centro Médico de Weill Cornell, em Nova Iorque, sublinha os resultados positivos da técnica reforçando que, até à data, era “previamente assumido que a maioria dos sobreviventes de cancro infantil masculino, cujo sémen continha pouco ou nenhum espermatozóide viável, era incapaz de ter filhos. Este estudo demonstra que alguns desses homens, de facto, continuam a produzir espermatozóides saudáveis".
A maioria dos homens adultos que receberam determinados tipos de quimioterapia na infância ou adolescência têm sido tradicionalmente considerados inférteis. Embora alguns possam recuperar a fertilidade até vários anos depois do tratamento, muitos podem ficar mesmo inférteis ou assumir uma contagem de espermatozóides muito baixa.
A Microdissection TESE permite identificar pequenas áreas nos testículos onde os espermatozóides são gerados, para que seja possível extrair as células de esperma saudável, mesmo nos homens cujos testículos foram severamente danificados pela quimioterapia na infância.
O investigador principal refere que no início do estudo estimava-se que “as taxas de captação de espermatozóides seria próxima de zero entre o grupo de sobreviventes”, mas surpreendentemente foi descoberto que “em muitos casos, pequenas áreas de tecido testicular sobreviveram e retomaram a produção de esperma durante um período de vários anos ".
O congelamento e conservação de esperma antes da quimioterapia para uso posterior deverá por isso ser uma opção importante e possível em casos de adolescentes e jovens adultos diagnosticados com tumores, referem os cientistas.

2011-03-18 | 12:58

sexta-feira, 11 de março de 2011

Leucemia: cientistas usam a bioengenharia para criar novo alvo terapêutico


Um estudo conjunto do Centro Infantil de Cancro e Doenças do Sangue, do Instituto de Pesquisa Saban  e do Instituto de Pesquisa do Hospital Infantil de Los Angeles, identificou a proteína CD19-L, localizada na superfície de certos glóbulos brancos, que facilita o reconhecimento e destruição das células da leucemia pelo sistema imunitário. Os investigadores acreditam ter feito uma descoberta revolucionária sobre a forma como o organismo luta contra a doença, avança a Fundação Rui Osório de Castro, associação de pais e amigos de crianças com cancro.
O trabalho representa o primeiro relatório de uma versão de bioengenharia da CD19-L, um agente humano recombinante bioterapêutico, que actua directamente sobre as CD19-positivas, as células estaminais da leucemia.
A leucemia linfoblástica aguda (LLA) do tipo B é o tipo de cancro mais comum entre crianças e adolescentes e a taxa de sobrevivência é reduzida. Os investigadores sublinham que são necessárias novas terapêuticas contra a doença, que sejam efectivas a eliminar as células da leucemia resistentes à quimioterapia, sobretudo em pacientes com LLA, mas que, ao mesmo tempo, mantenham as células saudáveis intactas.

Proteína CD19-L
A nova proteína descoberta, designada por CD19-L, expressa-se na superfície dos linfócitos T e permite uma ligação selectiva ao receptor CD19 na superfície das células da leucemia de linhagem B, um tipo de células estaminais leucémicas responsáveis pela sobrevivência deste tipo de tumor sanguíneo. A proteína CD19-L consegue ligar-se às células da leucemia, promovendo a apoptose (morte celular) das suas células. 
A equipa de cientistas criou uma fórmula rica e pura desta proteína e a mesma não se ligou apenas às células da leucemia, como também provocou a sua morte no espaço de 24 horas, mesmo no caso das células que se tinham revelado resistentes a tratamentos de quimioterapia e radioterapia.
Entre as vantagens enumeradas pelos cientistas estão a especificidade da CD19-L que sugere uma eficácia significativa como novo alvo terapêutico. Os investigadores esperam conseguir, numa próxima fase, avaliar o novo agente a fim de prever o seu potencial clínico contra a leucemia e confirmar, em estudos pré-clínicos, que a destruição de células da leucemia pode ser alcançada com doses não tóxicas.

2011/03/11, 10:43 in Portal de Oncologia Pediátrica (POP)

sexta-feira, 4 de março de 2011

Obras de requalificação no IPO de Lisboa estão a ser feitas à custa do próprio instituto


Tutela aprovou orçamento de 45 milhões de euros para intervir nas infra-estruturas e adquirir equipamento, mas a verba ainda não foi aplicada. "Dignidade" dos utentes está comprometida

A promessa do Ministério da Saúde era de 45 milhões de euros para melhorar as instalações do Instituto Português de Oncologia (IPO) de Lisboa, localizadas junto à Praça de Espanha. A decisão foi tomada pela tutela em meados de Julho de 2010, mas as obras realizadas até agora foram financiadas apenas pelo IPO de Lisboa.
Aquele montante foi aprovado pelo ministério de Ana Jorge, quando este anunciou que o IPO de Lisboa iria continuar no local actual, pondo assim fim a avanços e recuos do Governo sobre uma eventual mudança do instituto para Oeiras ou para o Parque da Bela Vista. O investimento seria feito através de obras (30 milhões de euros) e da aquisição de equipamentos pesados (15 milhões) para os diversos serviços do instituto. Foi ainda estabelecido que o IPO de Lisboa iria suportar parte do investimento e que o plano de intervenção arrancaria durante os últimos meses de 2010. O plano começou, mas tem vindo a ser executado "com recurso ao capital estatutário" do próprio IPO, esclarece o ministério de Ana Jorge.
Entre os serviços já reformulados estão a Unidade de Cuidados Intensivos, a Pediatria e a Pneumologia. Em breve vai ser criada uma Farmácia, mas segundo o director clínico do IPO de Lisboa, Nuno Miranda, a intervenção será novamente feita através do "capital social" do instituto. Perante estas intervenções "de fundo", este responsável clínico considera que é preciso fazer mais. "As instalações são velhas e os espaços diminutos para a quantidade de doentes que são atendidos", afirma. Garante que "não existem situações que comprometam o atendimento dos doentes", mas acrescenta que estão em causa a sua "privacidade, dignidade e comodidade", assim como o desempenho dos profissionais de saúde, que são "obrigados a um reforço extra". "[O edifício] precisa de uma grande reforma", conclui.
No projecto inicial, suportado pelos 45 milhões de euros, está prevista uma "grande intervenção de construção", que ainda não começou. O atraso foi motivado por "projectos que vieram a revelar-se inviáveis" em matérias de "engenharia e de segurança", conta o responsável. Segundo o Ministério da Saúde, o projecto foi revisto e actualizado "a pedido do IPO", sofrendo alterações ao nível da intervenção nas infra-estruturas. Na semana passada foi apresentado ao Governo e está agora "em fase de estudo".

Duas propostas na mesa
Em paralelo com a requalificação das instalações do IPO de Lisboa, cuja construção data de 1923, a actual direcção pretende que sejam criados novos espaços para o funcionamento de alguns dos seus serviços. Para isso, apresentou na semana passada duas novas propostas ao Governo.
A primeira prevê a utilização do pólo Francisco Gentil da Escola Superior de Enfermagem de Lisboa (ESEL), sediada dentro do recinto do IPO, pelo serviço de Pediatria. Segundo o director clínico do instituto, que no passado realizou mais de 200.000 consultas e quase 6900 cirurgias, a proposta foi também apresentada aos ministérios da Educação e da Ciência e justifica-se pela "actividade residual" daquele pólo, um dos quatro que integram a ESEL.
A segunda proposta prevê a construção de um novo edifício, também em Palhavã, destinado a acolher o serviço de Medicina do IPO, e "toda a parte de ambulatório", refere Nuno Miranda.
A direcção do IPO está agora em conversações com o ministério, que está a estudar as propostas. "O diálogo tem corrido bem", considera o mesmo responsável. "Sentimos que as portas estão abertas." Apesar dos novos projectos apresentados, o plano de uma "grande intervenção de construção" nas actuais instalações continua em vigor (embora ainda não haja uma data para o seu início).

4/03/2011 - Por Patrícia de Oliveira

IPO do Porto inaugura maior unidade ibérica de radioterapia


A nova unidade de Radioterapia Externa do Instituto Português de Oncologia (IPO) do Porto, que será inaugurada esta sexta-feira, é a maior da Península Ibérica.
O investimento, de mais de 12 milhões de euros, contemplou o edifício que acolherá o novo serviço e mais lugares de estacionamento. Na inauguração, estarão presentes o primeiro-ministro, José Sócrates, e a ministra da Saúde, Ana Jorge.
Em entrevista ao P24, António Campos Júnior, director do Serviço de Transplantação de Medula Óssea, adiantou que os profissionais que trabalharão na nova unidade estão já em formação e que lá para Outubro já deverá ser possível tratar os doentes com radiação corporal total.
“Parte dos regimes de condicionamento, de preparação de doentes para transplante, é feita, em muitos países do mundo, com recurso a radioterapia. Apesar de o termos feito até aqui só com quimioterapia, de isso ser aceitável e de termos tido resultados mais ou menos idênticos, de facto, o standard é a radioterapia. E nós vamos poder acertar o passo pelo resto da comunidade científica nesta área”, explicou o clínico ao P24.
O novo serviço do IPO do Porto tem equipamento de última geração e capacidade para tratar em simultâneo 17 pacientes.

3/03/2011 - 18:11 Por Ana Isabel Pereira

Director clínico do IPO de Lisboa denuncia condições degradantes da unidade


O director clínico do Instituto Português de Oncologia (IPO) de Lisboa, Nuno Miranda, denuncia as más condições da unidade, apelando ao Governo para que avance com obras de requalificação que permitam garantir o tratamento de doentes.
Nuno Miranda salienta que é necessária uma requalificação urgente do edifício do IPO Lisboa, lembrando que as instalações das consultas de medicina estão em condições de visível degradação. O responsável lembra a tutela que além de obras de requalificação, a unidade necessita ainda de novo equipamento que permita o atendimento dos pacientes tratados.
A substituição do actual pavilhão de medicina, a requalificação do edifício central e a aquisição de novos equipamentos para tratamentos por radioterapia surgem entre as exigências do director clínico.

sexta-feira, 28 de janeiro de 2011

Metásteses

Novo Hospital Pediátrico de Coimbra abre finalmente no fim-de-semana



Depois de vários atrasos e de uma derrapagem de 8,5 milhões de euros, o novo edifício do Hospital Pediátrico de Coimbra vai finalmente arrancar em pleno na segunda-feira, mas as mudanças começam já esta tarde, quando às 16h00 as consultas externas do antigo edifício terminarem.
Os doentes do internamento, cuidados intensivos e urgência começam a ser transportados amanhã de manhã para o novo Pediátrico do Centro Hospitalar de Coimbra, sendo que as urgências começam a funcionar a partir das 16h00 de amanhã. Até lá, o serviço mantém-se no edifício antigo e pede-se à população para só recorrer às urgências em caso de absoluta necessidade, para se evitarem dificuldades na mudança.
“Este é um hospital ao serviço da população e, por isso, apelamos para que sejam compreensivos e cooperativos neste processo, devendo dirigir-se às urgências do Pediátrico, por motivos de força maior, neste período de transferência”, apela a presidente do conselho de administração do Centro Hospitalar de Coimbra, Rosa Reis Marques, num comunicado. O antigo pediátrico, em funcionamento desde 1977, poderá acolher o Centro de Saúde e as unidades de saúde familiares de Celas.
Uma obra da Administração Regional de Saúde do Centro, o Hospital Pediátrico de Coimbra, com mais de 150 camas, situado no Alto da Baleia, é a primeira unidade deste género a ser construída de raiz em Portugal.
A unidade vai prestar cuidados hospitalares integrais a crianças e adolescentes dos zero aos 18 anos, em enfermarias devidamente adaptadas às necessidades específicas das diferentes idades das crianças e adolescentes, e conta com valências como Pedopsiquiatria – que até agora funcionava num edifício à parte – e de mais equipamento e instalações para serviços como Medicina Física e de Reabilitação e Imagiologia. Tem ainda uma enfermaria de oncologia pediátrica para toda a região centro e um Centro de Procriação Medicamente Assistida.
A obra rondou os 92 milhões de euros, sofreu vários atrasos por terem sido encontradas linhas de água no subsolo e, mesmo assim, abre sem o acesso à circular externa estar feito, o que cria constrangimentos já que a circulação só se pode fazer pela circular interna. Além disso, o edifício está pronto desde 2009 mas só agora pode abrir já que, segundo a Administração Regional de Saúde do Centro, faltavam abrir alguns concursos para a instalação de equipamentos e realização de ensaios técnicos.

28/01/2011 - 09:57 Por Romana Borja-Santos